Facebook deverá identificar quem criou fake news associando Manuela a autor de ataque a Bolsonaro
BRASÍLIA — O ministro substituto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Carlos Horbach determinou nesta terça-feira que o Facebook informe o IP da conexão e os dados cadastrais dos responsáveis pela página do Facebook "Partido Bolsonaro", que publicou no sábado uma postagem que associava a candidata a vice-presidente Manuela D'Ávila (PCdoB) e o PT a Adélio Bispo de Oliveira, responsável pelo ataque a faca contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL).
O IP é uma espécie de identidade de cada computador. A decisão foi tomada em resposta a uma representação protocolada por Manuela. As investigações da Polícia Federal (PF) sobre o episódio apontam, até agora, que Adélio agiu sozinho no ataque. Carlos Horbach entendeu haver "fundados indícios da ocorrência de ilícito e a necessidade da instrução deste feito".
A candidata também pediu direito de resposta e a suspensão da publicação. Sobre isso, o ministro Carlos Horbach pontuou em seu despacho que a publicação original da página "Partido Bolsonaro" saiu do ar e que, portanto houve a perda do objeto. Além disso, o ministro considera que outras postagens feitas por apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais mostraram que a publicação original era mentirosa.
"É possível constatar que no âmbito da própria rede social já se estabeleceu o contraditório, consubstanciado em uma série de comentários que afirmam ser a notícia veiculada inverídica e defendem maior zelo na divulgação de mensagens falsas", escreveu o ministro, que também destacou a importância de preservar a liberdade de expressão.
Manuela ainda protocolou um pedido para que a PF reforce sua segurança e que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue as ameaças que ela tem sofrido desde que a postagem foi ao ar. O TSE ainda não se manifestou sobre esse assunto.
A postagem da página “Partido Bolsonaro” foi publicada as 2h da manhã de sábado e repercutiu sobretudo entre apoiadores de Bolsonaro. O texto dizia que a PF, ao quebrar o sigilo telefônico de Adélio Bispo, teria encontrado seis ligações entre ele e a candidata no dia do atentado, e que Manuela teria monitorado Adélio na data. A publicação foi compartilhada mais de 23 mil vezes.
Com a repercussão, a página de Manuela na rede social também recebeu uma mensagem com ameaça, que os advogados juntaram na petição. Na mensagem, um usuário identificado como Guilherme Messias Bolsonaro, afirma: “Vacilona, foi você quem mandou o Adélio esfaquear o Bolsonaro!! Planejou tudo e com detalhes. Já te vi uma vez perto da PUC aqui em Campinas e ignorei, mas dessa vez vai ser diferente...se prepare D´Avila”.
Na petição à Justiça Eleitoral, os defensores da candidata apontam que “esta cólera generalizada, que se alimenta de informações inverídicas como a relatada, é terreno fértil para os ditos “justiceiros” que pretendem vingar seu ‘mártir’ fazendo justiça com as próprias mãos”. Diferente dos candidatos à Presidência, os candidatos a vice não contam com agentes da PF à disposição para fazer sua segurança.
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