Morre o fotógrafo de uma época de ostentação em Manaus
A morte chegou inesperada e levou ‘Barros’, o fotógrafo de uma geração que podia ostentar sem medo. O colunismo social, em alta nos anos 70-90 era o melhor canal para exibir riqueza e poder. Uma época de ouro para o jornalismo e de oportunidades para os novos ricos que não precisavam explicar a origem do dinheiro que comprava quase tudo.
O colunismo social explodia nessa época e dois nomes se destacavam - Carlos Aguiar e Gilberto Gil. Barros tinha habilidade, talento e um bom trânsito no meio social. Isso o tornava disputadíssimo. Suas fotos retratavam bem o luxo da classe dominante, mas não eram produto de simples clics, havia arte e leveza e isso o tornava muito requisitado nas festas da alta sociedade.
Barros gostava da vida e da arte que ele praticava. Mas não gostava do nome: Raimundo. Porque não é um nome… que digam os Raimundos que já leram o Poema "Sete Faces", de Carlos Drummond:
“Mundo, mundo, vasto mundo/ seu eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução”. Barros era sim, para o seu tempo, uma solução. Parte como todos um dia se ausentarão daqui, mas é dolorosa uma partida poucas horas antes do ano terminar…
ASSUNTOS: fotógrafo dos novos ricos, Manaus, Ostentação em fotos, Raimundo Barros
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.