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A gente quer acreditar no Telegram e no WhatsApp, mas não dá mais


Por Raimundo de Holanda

21/06/2019 19h36 — em
Bastidores da Política



A divulgação de chats privados entre o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol não coloca apenas o atual ministro da Justiça  em situação delicada. Remete também a um receio generalizado de que a criptografia dos aplicativos de mensagens - seja Telegram ou WhatsApp - tenha ido, como diria o joaozinho, “pro saco”, expondo segredos que não podiam ser revelados.

Um susto para gente honesta ou desonesta, mulheres e homens adúlteros,  empresas que desenvolvem produtos cercados de segredos, jornalistas que precisam preservar suas fontes,  advogados preocupados em manter o sigilo de seus clientes, para juizes, promotores  e para o crime - seja ele de colarinho branco ou não.

Indícios dessa quebra da criptografia de aplicativos já vinham desde a Operação Hashtag, que no Brasil prendeu em 2016 pelo menos 10 pessoas supostamente ligadas ao Estado Islâmico. A base para  as prisões foi o suposto monitoramento de conversas entre os acusados via WhatsApp, planejando ataques durante os jogos olímpicos.

Mais curiosos ainda é  que o Judiciário de forma geral, e o Ministério Público em particular, há dois anos  não movem uma ação sequer contra os aplicativos de mensagens, reivindicando a quebra de sigilo de  pessoas supostamente envolvidas em crimes. O que demonstra que há alguma coisa, senão  errada, no mínimo estranha  e que não é do conhecimento público. Segredos e pecados agora só no confessionário.

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ASSUNTOS: criptografia, deltan dalagnol, sergio moro, telegram, WhatsAppm

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.