Bombas que podem explodir no colo do governador do Amazonas
O governador Wilson Lima tem algumas bombas para desarmar nas próximas semanas, ou seu governo pode sumir em uma explosão de denúncias que exigirá ação saneadora dos órgãos de controle. A mais grave delas envolve o sistema prisional. Relatório produzido pelo deputado Alberto Neto (PRB-AM) e aprovado pela Comissão Externa sobre o Sistema Penitenciário da Câmara dos Deputados aponta que o governo foi omisso nas duas rebeliões deste ano ou, no mínimo, desatento. Nas palavras do deputado Pablo Oliva Souza (PSL-AM), as autoridades não conhecem a realidade dos presídios e a população do Estado “está nas mãos de criminosos armados e do tráfico de drogas”. Um recurso de linguagem utilizado pelo parlamentar para explicar a falta de governo.
O governador teve a oportunidade de desarmar essa bomba, cortar o fio que guarda os dados digitais do explosivo, mas preferiu viajar para o exterior, cumprindo uma pauta política sem nexo com o Estado. O vice governador Carlos Almeida se omitiu. Resultado: passaram uma ideia negativa do governo.
A escolha de Manaus para sediar o encontro de secretários de Justiça com o Ministro Sérgio Moro, na segunda-feira, é parte de uma reação do governo federal, que começou a ver com desconfiança as medidas adotadas por Lima e seu vice, começando pela confusa lista de presos não envolvidos na chacina, mas apontados pelo governo do Amazonas como “mandantes". A intervenção do Ministério Público Estadual desmascarou a farsa.
ARAPONGAS TE ESCUTAM
O sistema “Guardião” de interceptação telefônica voltou a ser usado pelo governo do Amazonas, segundo denúncia feita ao Ministério Público pelo Deputado Wilker Barreto, para grampear telefones de adversários políticos.
A denúncia, caso comprovada, constitui uma prática criminosa dentro de órgão de segurança do Estado, e seus autores precisam ser punidos com rigor.
ASSUNTOS: Amazonas, Bonates, Carlos Almeida, rebelião presídios, sergio moro, wilson lima
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.