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Mais pessimista, OCDE volta a cortar previsões de crescimento da economia mundial para 2019

Por Agência O Globo

21/11/2018 8h39 — em
Economia



PARIS — A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) cortou nesta quarta-feira, pela segunda vez em dois meses, as previsões de crescimento para 2019, ao mesmo tempo que pediu aos governos que se preparem para “tempos mais difíceis” e reforcem a colaboração diante do temor sobretudo de uma guerra comercial. Para o ano que vem, a OCDE reduziu em dois décimos a previsão de crescimento mundial, para 3,5%. Em junho, a estimativa era de 3,9%.

O órgão confirmou, assim, a desaceleração do crescimento da economia mundial, embora tenha mantido a projeção para 2018, de 3,7%, depois de tê-la baixado um décimo em setembro. O freio no crescimento mundial é um dos fatores que têm causado nervosismo nas bolsas. .

A OCDE identificou os mesmos três importantes riscos apontados em setembro: as tensões comerciais; a alta das taxas de juros nos EUA mais forte do que o esperado e que penalizaria os países emergentes; e uma desaceleração considerável da economia da China. Diante do risco de um freio mais brusco do crescimento mundial do que aquele que estava previsto, a OCDE pediu aos governos que “reforçassem sua cooperação e se preparassem para tempos mais difíceis”, sobretudo para reagir conjuntamente com medidas orçamentárias.

Embora seja na origem das tensões atuais, a agência espera que a economia dos EUA vai se desempenhar melhor do que a maioria das outras grandes economias. Com isso, manteve sem mudanças suas previsões para a economia dos Estados Unidos, que continua como um dos ciclos de crescimento mais longo de sua história, a um ritmo de 2,9% este ano e de 2,7% em 2019. Em sentido oposto, voltou a cortar suas projeções para a Zona do Euro, cuja economia deveria crescer apenas 1,9% este ano e 1,8% no ano que vem, um décimo a menos, em ambos os casos, do que o previsto em setembro. Para a China, a organização reduziu também em um décimo suas previsões para este ano, que agora é de 6,6%, e para 2019, de 6,3%.

A desaceleração do crescimento mundial seria pior em países não membros da OCDE, e muitas economias emergentes poderiam sofrer saídas de capital devido ao aumento gradual das taxas de juros pelo Federal Reserve. A OCDE reduziu suas perspectivas para Brasil, Rússia, Turquia e África do Sul. O aumento da taxa também pode levar os mercados financeiros a reconsiderarem os riscos aos quais os investidores estão expostos, o que causará um retorno à volatilidade, disse a OCDE.

— Estamos retomando a tendência de longo prazo. Nós não esperamos um pouso forçado, mas há muitos riscos. Negociar uma aterrissagem suave é sempre difícil — disse a chefe de economia da OCDE, a francesa Laurence Boone, que constata o acúmulo de “nuvens pesadas no horizonte”. —Desta vez é mais complexo do que o habitual devido a tensões comerciais e fluxos de capital de mercados emergentes para países que normalizam a política monetária — acrescentou.

De acordo com os cálculos da OCDE, uma guerra comercial de pleno direito e a resultante incerteza econômica poderiam reduzir a até 0,8% do Produto Interno Bruto mundial.


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