Acusado de tortura, general Mourão diz que vai processar Haddad
RIO - Logo após a repercussão do equívoco cometido pelo candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, o general Hamilton Mourão, candidato a vice na chapa do presidenciável Jair Bolsonaro( PSL ), afirmou que vai processá-lo pela acusação feita pelo petista em sabatina dos jornais "O Globo", "Extra", "Valor Econômico" e revista "Época".
Haddad repetiu a afirmação equivocada feita no sábado pelo músico Geraldo Azevedo, em show em Jacobina, na Bahia, que disse que foi preso duas vezes na ditadura e que foi torturado. Segundo o artista, Mourão era um dos torturadores. O cantor reconheceu o erro e pediu desculpas pelo "transtorno causado".
- O Haddad tem que aprender a checar o que é falso e o que é verdadeiro. O camarada que não consegue distinguir isso não pode presidir o Brasil, não pode nem ser síndico de prédio. Basta olhar a minha idade e ver que em 1969 eu tinha 16 anos. Eu tenho filho e tenho neto, vou processá-lo. Ele repercutiu (a declaração do Geraldo Azevedo) sem observar a realidade dos fatos - disse o militar, que ainda citou o pedido de desculpas divulgado pelo músico, a quem também criticou:
- Eu entrei na Aman em 1972, era cadete. Em 1969 eu era interno do Colégio Militar em Porto Alegre, com 16 anos. O tal do Geraldo Azevedo soltou uma nota dizendo que foi um equívoco. Não foi um equívoco, foi má-fé.
O senador Lindbergh Farias (PT) compartilhou nesta terça-feira um vídeo do momento em que o artista relata a tortura que sofreu e cita Mourão:
"Geraldo Azevedo critica apoio de Bolsonaro a torturadores", diz o post do petista.
Consulta à Comissão da Verdade não mostra citação alguma a Mourão, que entrou para a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em 1972. Durante a sabatina, Haddad disse que o adversário Jair Bolsonaro era "figura desimportante no meio militar", mas representava "o que sobrou dos porões (da ditadura)". O petista citou Geraldo Azevedo e chamou Mourão de torturador. Mais adiante na entrevista, voltou ao tema e destacou que teme uma gestão presidencial "com um vice torturador".
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