Já indicado para a equipe econômica de Jair Bolsonaro, o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, sinalizou que a proposta de reforma das carreiras dos servidores poderá ser encampada pelo time de Paulo Guedes, o futuro ministro da Economia.

A proposta tem como ponto chave uma regulamentação clara para a demissão dos servidores com desempenho insuficiente – um passo fundamental para um serviço público mais eficiente. Não se trata de acabar com a estabilidade, mas permitir que servidores ruins possam ser demitidos. "Estabilidade não é cláusula pétrea", disse Conalgo de forma enfática.

Pílulas da proposta administrativa já haviam sido disparadas pelo governo. O desenho da proposta – que prevê também a redução de carreiras e regras mais rígidas para o estágio probatório dos novos servidores – foi feito pela equipe de Colnago. As mudanças terão que ser aprovadas pelo Congresso e garantiriam ganhos "expressivos" para as contas públicas no longo prazo.

A proposta se molda à política delineada por Guedes de enxugamento da máquina do governo garantindo maior eficiência. Esse ponto é muito caro para o futuro ministro, como ele já demonstrou em palestras e entrevistas recentes.

Se não tivesse chance de ir à frente, a proposta não teria sido detalhada um pouco mais durante café da manhã de fim de ano do ministro Colnago com jornalistas. Mas o ministro já reconheceu que mexer na estrutura corporativa e salarial do funcionalismo público pode ser tão difícil quanto aprovar a reforma da Previdência.