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Votar em Ninguém faz sentido…


Por Raimundo de Holanda

21/08/2018 21h53 — em
Bastidores da Política



Essa história de o dólar disparar a cada pesquisa que o IBOPE divulga sobre eleição presidencial é a desculpa que os especuladores precisam para ganhar dinheiro fácil. Quem sofre mesmo é quem vai  a padaria no outro dia e vê que o preço do pão aumentou. Não é o Real, a moeda brasileira que se desvaloriza a cada dia: é a dignidade dos governantes, entregues a uma grande farra ou a uma disputa pelo poder onde o que menos importa é o Estado ou o País. O dólar em alta beneficia quem especula e as grandes exportadoras - siderurgia, mineração - mas afeta o emprego porque deixa a maioria das pequenas empresas endividadas. E atinge principalmente a auto estima dos brasileiros, que já andava  baixa por causa da corrupção e da sangria que os políticos fizeram no Brasil nos últimos anos.

É uma das inúmeras causas da desilusão com a política, o que alimenta a intenção, detectada pelas pesquisas, de o eleitor votar em Ninguém. Ou não votar. 

SEM PROPOSTAS

Com nenhuma proposta ‘inovadora’, os candidatos a cargos eletivos no Amazonas iniciaram a primeira semana de campanha apelando para o prato preferido da mídia e redes sociais. As ações judiciais e os insultos sobressaem-se às propostas.

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O eleitor,  insultado  na sua inteligência , já reage diante do  enorme vazio que se estabeleceu no quesito ‘renovação’ da política.

TEMAS NÃO RESOLVIDOS

Os temas do momento, ZFM e BR-319, adotados pelos candidatos ao governo do Amazonas são restos de problemas não resolvidos ao longo de meio século, aos quais o Estado e a política sobreviveram se apoiando nas duas muletas.

SEM RENOVAÇÃO

As esperanças de renovação surgidas nas sete eleições deste terceiro milênio, hoje estão todas ‘agregadas’ aos velhos métodos de fazer política, tentando mais que vencer, salvar a própria pele.

 LIÇÕES DO DUDU

Alheio ao bate-boca entre candidatos, seus aliados e os adversários, o senador Eduardo Braga ganha terreno na corrida por sua reeleição. A candidatura solo do seu partido, longe do disse-me-disse eleitoral, vem lhe garantindo a ‘ponta’ nas pesquisas de intenção de votos.

 RECONHECENDO O TETO

Na corrida presidencial, o candidato da ‘bala’ Jair Bolsonaro acabou reconhecendo que chegou ao seu teto de preferência. Em duas pesquisas, uma com Lula e outra sem, o militarista oscilou entre 18% no segundo lugar e 20% na cabeça da disputa. “Fico grato, mas esperava mais”.

COCA-COLA, “UMA TRAGÉDIA”

Vários deputados estaduais, dentre os quais Serafim Corrêa (PSB) e Dermilson Chagas (PP), repercutiram ontem, na Assembleia Legislativa, a ameaça da Coca-Cola de abandonar o país caso o presidente Michel Temer não anule o decreto que reduz de 20% para 4% os incentivos fiscais do polo de concentrados de refrigerantes na ZFM.

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“Antes, a renúncia fiscal do setor girava em torno de 40%, depois foi reduzida para 20% e, finalmente, caiu para 4% com Michel Temer, uma tragédia para o Amazonas”, criticou Serafim.

EMPREGOS, ADEUS

Alexandre Jobim, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes (Abir), que congrega 59 empresas, levou ao Palácio do Planalto o ultimato da Coca-Cola.

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Outras empresas também ameaçam seguir o exemplo da Coca-Cola, o que significará o corte de 15 mil empregos diretos no PIM, com previsão de perda de R$ 6 bilhões por ano em vendas. 

ARMAS DAS FARC

Segundo o deputado Luiz Castro (Rede), a omissão do Governo Federal no Alto Solimões faz com que policiais militares, com armas antigas, sejam obrigados a enfrentar quadrilhas muito bem equipadas com armas modernas adquiridas das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

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“O governo Michel Temer é o maior culpado por essa desordem criminosa nas nossas fronteiras”, disse Castro, lamentando a falta de estrutura da Polícia Federal para combater o narcotráfico.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.