O preconceito no Brasil, se não diminuiu nos últimos dez anos, ao menos estava recolhido. E foi possível, até hoje,  conviver com as diferenças. 

Quem saiu do armário, saiu. Quem não saiu, deve esperar. A homossexualidade se transformou em um estigma. Os homofóbicos estão à espreita, prontos para atacar.

 As minorias, que buscavam espaço e haviam sido contempladas com o direito básico à cidadania, agora voltarão para os guetos, para as favelas, para os cercados.  O índio será tratado não como um ser especial, mas um indolente, preguiçoso. O negro “é o malandro”   para o novo governo que será eleito neste domingo, embora o negro tenha uma história de sofrimento, que ninguém reconhece. 

Quando anoitecer neste domingo vai ter gente sonhando o sonho dos inocentes. E gente chorando a dor de perceber que o país mudou seu rumo e que a democracia, que se faz pelo voto, também se desfaz por ele. 

Que os maiores inimigos da democracia não são os golpistas, civis ou militares. São cidadãos que nunca passaram pela cruel experiência da tortura, da invasão de domicílios, de prisões arbitrárias.  Cidadãos que apostam no novo, mas no novo armado, no novo despreparado, no novo suicida. E isso vale para a eleição de governador também. 

PROPAGANDA

Neste sábado,  das 8h às 22h, os candidatos ainda terão direito  a veicular propaganda em carros de som e alto-falantes, distribuição de material gráfico, carreatas e caminhadas.

PESQUISAS

No domingo, enquanto acontece a votação, é permitido a divulgação das pesquisas realizadas em data anterior à da eleição; e a divulgação, a partir das 17h local, de pesquisa de boca de urna.