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Pressão para afastar procurador do ‘caso Seduc’


Por Raimundo de Holanda

26/07/2019 20h47 — em
Bastidores da Política



Depois de convocar empresários e ouvi-los sobre contratos supostamente superfaturados no âmbito da Secretaria de Educação,  a pressão para afastar o procurador de Contas Carlos Alberto Almeida aumentou. Mas a reação veio do procurador chefe do MPC,  João Barroso de Souza, passada a interlocutores dos interessados no afastamento:   procuradores tem independência funcional e, no caso do Carlos, seu trabalho vai mais além, atende muitíssimo ao  interesse público.

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O CASO WILSON - Causou perplexidade a informação de que  peritos da Polícia Federal não conseguiram quebrar a senha do celular do ex-prefeito de  Nhamundá,   Mário Paularin, acusado de comprar votos para o então candidato Wilson Lima nas eleições do ano passado. Perplexidade porque a PF dispõe de tecnologia para esse procedimento. E se não o fez , é porque provavelmente o aparelho chegou à PF para ser submetido a perícia técnica sem autorização judicial.

UFANISMO    Dos encontros e conversas mantidos na breve passagem do presidente Jair Bolsonaro por Manaus, na quinta-feira, frases soltas ou ‘gaguejadas’ deixam antever que a Amazônia se encontra, novamente, diante do ufanismo e do imediatismo típicos de regimes de força.

IMEDIATISMO De tudo o que foi falado pelos visitantes pode-se deduzir que a prioridade do governo é fazer com que a região se torne uma fonte de exploração rentável imediata para o país em crise.

CUIDADO Exploração mineral, indústria da biodiversidade, bolsa de oxigênio e carbono, garimpos de ouro são tratados como meras plantas de fábrica para serem aprovadas no CAS e implantadas.

BOLSONARO Como numa orquestra, o maestro Bolsonaro se encarrega de dar o tom ufanista e o compasso imediatista. A Amazônia tem tudo para ser o marco econômico do “nosso” Brasil.

ESSE GUEDES O solista Paulo Guedes ‘atravessa’ o economês falando em criar riquezas com uma nova visão de um futuro diferente, que talvez passe pela cabeça dele apenas como uma ilação simplista.

GAGUEJOU Faltou coerência não somente nas palavras, que transformam solfejos em ‘gaguejos’; mais ainda na falta de uma formatação de projeto consistente e sustentável para a Amazônia.

DESPREZO Pior é que as intenções reais de Bolsonaro, do ministro Guedes e de seu secretário Carlos da Costa ficam ‘anuviadas’ quando deixam escapar o ranço da ojeriza ao modelo Zona Franca. 

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ASSUNTOS: Amazonas, Carlos Alberto Almeida, mpc, Seduc, TCE, wilson lima

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.