Não vai haver golpe
O líder do Democratas na Câmara Federal, Pauderney Avelino, disse ontem que concorda com a presidente Dilma. “Não vai ter golpe. Porque a nossa ação é protegida pela Constituição Federal e pela lei que rege a atividade pública”. Dilma insiste em dizer que a ação pelo impeachment, constitucionalmente prevista para o afastamento de um presidente, é golpe.
BRAGA CHEGA EM MEIO A CLIMA TENSO
O ministro Eduardo Braga chega hoje a Manaus para uma série de inaugurações do setor elétrico. Deve explicar o decreto que prevê que, na Amazônia Legal futuras linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional já incorporem em seu edital de concessão a rede de distribuição em 138 kV e seu impacto tarifário.
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Braga tem conceitos e saídas para problemas nem sempre fáceis. Acha que pode, por exemplo, colocar essas conexões na rede básica das transmissoras, e fazer licitação com dinheiro privado, nacional e estrangeiro, “resolvendo o problema de vários buracos dentro da Amazônia”, como disse esta semana ao jornal O Globo. Não é tão fácil assim, mas o ministro acha que é.
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Braga chega a Manaus num momento especialmente tenso, em que seus advogados pressionam o Tribunal Regional Eleitoral a declarar a vacância do cargo de governador. Braga quer a vaga. Segundo colocado nas eleições do ano passado – ele teve apenas 696.465 votos contra 869.992 conferidos a José Melo, o senador, que não convenceu os eleitores a votar nele, foi eficiente no tapetão. Ganhou todas as etapas do pedido de cassação do mandato do adversário no TRE.
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Braga tem pressa. Primeiro porque precisa justificar para seu amigo Lula a saída do governo; Segundo porque seria alvo de investigação da força tarefa da Lava Jato, depois de supostas delações feitas contra ele por executivos da Andrade Gutierrez.
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Estando no governo do Amazonas, em caso de investigação, Braga teria como foros o Superior Tribunal de Justiça e o STF. Mas para assumir com segurança precisa esperar uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral sobre o recurso de Melo, ou corre o risco de, no caso de investigação, ficar na primeira instância sob a tutela de Sérgio Moro.
QUEDA NO CONSUMO
O dono do Mercantil Nova Era, empresário Luiz Gastaldi recomendou ontem aos diretores da Fecomércio-AM para não ficarem ‘alavancados’ acreditando que nas crises o setor de bens necessários não seja afetado. Segundo ele o primeiro trimestre deste ano será muito difícil devido à queda no consumo. Mas o concorrente mais forte não é a crise, e sim os grandes atacadistas internacionais que dominam o mercado brasileiro.
LINS, O NOVO LÍDER DO PROS
O deputado Belarmino Lins assumiu ontem a liderança do PROS na Assembleia Legislativa. O comunicado foi encaminhado pelo presidente regional da legenda, governador José Melo e lido em plenário na sessão legislativa pelo líder do governo na Casa, David Almeida. Embora filiado ao PMDB do senador Eduardo Braga, Belão nunca rezou pela cartilha oposicionista seguida pelo ex-partido, atuando sempre de acordo com os aliados do governo.
CLIMA DE DESESPERO
O PT e o governo entraram em clima de desespero. Ontem em duas decisões dos ministros Luiz Fux e Rosa Weber, o STF praticamente enterraram as esperanças de Lula assumir o cargo de ministro da presidente Dilma. Com as operações da Lava Jato se afunilando, o endereço de Lula fica cada vez mais no foco do MPF e da Polícia Federal. Fux deixou claro “ser inadmissível a impetração de mandado de segurança contra atos decisórios” proferidos por ministros ou órgãos colegiados do tribunal. Pra completar, a construtora Odebrecht decidiu colaborar com a Lava Jato e todos os executivos acertaram fazer delação premiada.
ASSUNTOS: dilma, golpe, impeachment, lula, PAUDERNEY, sergio moro
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.