Mercadores da saúde tiraram a máscara no Amazonas
Uma doença sempre preocupa. E quando ela se torna endêmica e perigosa expõe a fragilidade dos governos e do sistema de saúde. Mas se ajuda a exteriorizar fraquezas e inexperiência, falta de comunicação e pânico, também revela o oportunismo de quem busca lucro até mesmo na tragédia.
O Amazonas é um perverso e vergonhoso exemplo da ação desses mercadores, que usam do poder politico e econômico para inflar seus negócios. E o fazem de forma descarada, avançando sobre o já sofrido sistema público de saúde.
Para eles é preciso destruir o pouco que existe para se apossarem da vida e do destino das pessoas.
Não se intimidam, vão para as ruas, gravam vídeos, vendem seus negócios, justificam seus meios, falam em nome de um povo que não representam e jamais representarão.
Falta para eles tudo o que eles acham que têm: vergonha e espírito público.
RESPEITO CONSTITUCIONAL
Habeas corpus para descumprir uma norma constitucional inerente à função pública. Algo absurdo? Não, realidade. A nova secretária de Saúde, Simone Papaiz usou a ‘remédio’ jurídico para rejeitar a convocação do Legislativo para explicar as ações contra o coronavírus.
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Os deputados atuam em nome do povo e têm autoridade para convocá-la. O judiciário poderia ter concedido o pedido da secretária, mas não o fez. Por respeito a um poder constitucional.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.