A boca de fumo ao lado da casa do coronel
- Fato revela uma agressiva política de afirmação do crime organizado
- Episódio constrange as autoridades de segurança
- A fanfarronice de presidente Bolsonaro
Quando o secretário de segurança, coronel Bonates, descobre que do lado de sua casa, em um conjunto privado, há uma boca de fumo e um fluxo de entorpecentes entrando e saindo, é porque a situação tornou-se gravíssima. O feudo do tráfico saiu das favelas para os conjuntos de luxo - como o Ponta Negra 2 - e constrange as autoridades.
A noticia é ruim por duas razões: primeiro porque revela uma agressiva política de afirmação do crime organizado, gerando insegurança da qual nem o secretário que comanda a polícia pode se livrar; segundo porque mostra uma política de segurança inócua e sem inteligência, sempre surpreendida por ações aparentemente banais - como o fato de haver uma boca de fumo no conjunto onde o secretário mora.
0 ZERO DO PRESIDENTE
A fanfarronice do presidente Bolsonaro com a proposta do ‘zera o teu que eu zero o meu’ dirigida aos governadores, a respeito do ICMS e dos tributos federais sobre os combustíveis, foi uma demonstração de autoritarismo desnecessária. Nem um nem outro pode ser zerado.
O ICMS é um imposto caro e que eleva e muito os preços dos produtos comercializados e dos serviços prestados. Mas é necessário e essencial para a manutenção dos governos estaduais.
Da mesma forma o PIS, o Cofins e o CIDE, embora não influenciem a arrecadação federal na mesma proporção, são importantes na composição do orçamento anual da União.
Os quatro impostos são considerados os vilões dos preços altos dos combustíveis no país. No entanto, não é só a carga tributária que eleva demais o preço entre a produção e a venda.
Fatores logísticos e atravessadores também concorrem para mais despesas e mais tributos, que ao final saem do bolso do consumidor. Reduzir os preços passa por uma discussão responsável.
ASSUNTOS: CORONE L BONATS, cv, fdn, Manaus, VEND DE DROGAS
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.