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Alejandro vai ter que explicar causa da morte de engenheiro na delegacia: às 13 hs. Fim de um capítulo


Por Raimundo de Holanda

06/10/2019 19h39 — em
Bastidores da Política



Justiça é feita de vários modos e  a restrição da liberdade também. O habeas corpus concedido a Alejandro Molina para que cumpra prisão domiciliar é um tipo de punição tão grave quanto as outras. Quem leu  a decisão da desembargadora Joana Meireles percebe que ela fez uma concessão em cima de um fato concreto - o estado de saúde do acusado, que segundo laudo médico, ainda delira,  mas foi dura ao determinar que Alejandro compareça a uma delegacia em 24 horas “para cooperar com as investigações”, e que  caso não cumpra a determinação a medida judicial será suspensa”. É a forma de colocar  fim a um capitulo que parecia se alongar. Apesar da prisão domiciliar, a  apresentação de Alejandro será na delegacia de Homicídios, onde o delegado o ouvirá. Não será levado para casa pelos advogados ou parentes, mas pela policia, presumivelmente algemado.

Será o principal ator de um espetáculo que não estava previsto e não se sabe suas consequências diante do estimulo a violência que vem sendo feito nas redes sociais.

Portanto, os movimentos por justiça, embora importantes, têm que ocorrer na medida certa, compreendendo seus atores que o Judiciário, com a decisão concedida ao acusado, estimula que seus  advogados  o convençam a se apresentar. É o remédio jurídico que a sociedade pedia e precisava. Afinal, Alejando tem muito a esclarecer.

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OBS: Embora a medida judicial tenha sido expedida na noite de sábado, apenas as 13 horas de hoje os advogados de Alejandro foram oficialmente notificados, o que significa que têm até as13 horas.desta segunda-feira para apresentar seu cliente.

GOVERNO TENTA TUTELAR LEGISLATIVO

    A Lei  Delegada enviada pelo governo a  Assembleia Legislativa dá plenos poderes ao governador para legislar sobre a reforma administrativa sem aval da Casa.

A lei da reforma administrativa pretende economizar R$ 5 milhões por ano, um resultado que não dá nem para ser mensurado dentro do orçamento de R$ 18,6 bilhões para o próximo ano.

Mas não é sobre essa economia que os olhos ‘dos técnicos do governo estão focados. O baú do tesouro é a cessão onerosa do pré-sal, que vai repassar aos Estados R$ 15 bilhões a mais.

É praticamente um orçamento anual a mais para o Amazonas e o governo quer a chave desse tesouro.

A reação mais forte veio do veterano Serafim Corrêa, que definiu a lei como uma “usurpação do mandato dos deputados estaduais” e disse que ela não terá o seu voto.

Como a Câmara Federal condicionou os recursos do pré-sal a emendas dos deputados federais, se  a Assembleia abdicar de seu poder,  ‘o governo só  terá que  negociar com a bancada de oito deputados federais.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.